Papa Francisco fala aos líderes do G7 sobre ética da inteligência artificial

Em uma ocasião histórica, o Papa Francisco dirigiu-se à assembleia de líderes do G7 na região sul da Itália, Puglia, marcando a primeira vez que um pontífice participa de tal reunião. Entre os formuladores de políticas presentes estavam o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente francês, Emmanuel Macron.

O líder octogenário do Vaticano, já à frente de uma instituição com dois milênios de existência, não tem receio de abordar questões contemporâneas como a tecnologia de ponta. O Papa enxerga a inteligência artificial (IA) como um desafio crucial enfrentado pela humanidade.

O Vaticano reuniu um painel formidável de especialistas em IA para analisar os múltiplos impactos da tecnologia com um foco agudo em considerações éticas. Figuras respeitadas como o pesquisador britânico Demis Hassabis, chefe do Google DeepMind e membro da Academia Pontifícia de Ciências desde março, emprestam sua expertise.

Em 2020, a Santa Sé lançou o ‘Chamado de Roma pela Ética em IA’, convidando gigantes da indústria como Microsoft e IBM, bem como a ONU, Itália e várias universidades, a assinarem o apelo por transparência e respeito à privacidade.

O diálogo da Igreja com cientistas e empreendedores levanta uma questão: Uma instituição, aparentemente com prioridades inversas às dos diretores de empresas, pode fazer sua voz ser ouvida em escala global sobre essas questões complexas?

“A ausência de um setor de ‘Tecnologia do Vaticano’ é paradoxalmente vantajosa em termos de neutralidade,” observa o padre francês Eric Salobir, Presidente da Fundação de Tecnologia Humana. Sem interesse financeiro na economia digital ou em empreendimentos de startups, o Vaticano foca unicamente no impacto da tecnologia nas pessoas.

Encerrando o ano de 2023 de forma marcante, o Papa Francisco dedicou sua mensagem do Dia Mundial da Paz à IA, destacando o compromisso do Vaticano em fomentar um tratado internacional para proteger contra os graves perigos apresentados pelas novas tecnologias. Isso inclui riscos como campanhas de desinformação e interferência em processos eleitorais, ecoando regulamentações estabelecidas pela União Europeia.

O Papa defende veementemente o conceito de ‘ética algorítmica’ para combater o que ele chama de ‘o espectro de novas formas de escravidão’. Com a Itália sediando a cúpula do G7 e o impacto da IA nos mercados de trabalho como tema central, a Primeira-Ministra Giorgia Meloni antecipa que a presença do Pontífice influenciará significativamente o desenvolvimento de um arcabouço ético e cultural para a regulamentação da IA.

O próprio Bispo de Roma tem sido alvo de imagens virais geradas por IA, retratando-o em situações não convencionais. Enquanto isso, a Igreja já começou a aproveitar essas plataformas, como CatéGPT e HelloBible, para a evangelização e educação sobre a doutrina católica.

A ética em Inteligência Artificial (IA) é um campo em ascensão que lida com as implicações morais da tecnologia avançada. Dentro desse contexto, o envolvimento do Papa Francisco é particularmente significativo devido à autoridade moral do Vaticano. A IA apresenta vários desafios, incluindo, mas não se limitando a:

– **Viés e Discriminação:** A IA pode perpetuar e ampliar preconceitos sociais se não for devidamente monitorada e ajustada. Algoritmos treinados em dados tendenciosos podem gerar resultados injustos ou preconceituosos.
– **Autonomia e Agência:** Surgem preocupações sobre o grau em que a IA deve ser permitida a tomar decisões que tenham repercussões significativas na vida humana.
– **Responsabilidade:** Pode ser difícil determinar quem é o responsável quando os sistemas de IA cometem erros—programadores, operadores, fabricantes ou a própria IA.
– **Vigilância e Privacidade:** A IA pode ser usada para monitorar indivíduos em larga escala, levantando questões sobre o direito à privacidade e possíveis abusos de poder.
– **Emprego e Impacto Econômico:** Os avanços da IA podem levar a um deslocamento significativo de empregos em diversos setores da indústria.

A posição do Vaticano sobre a IA serve como um ponto de verificação único que desafia a rápida progressão da tecnologia com contemplações éticas milenares. Embora não tenha investimento direto em tecnologia, a liderança moral do Vaticano visa moldar o desenvolvimento da IA em uma direção humana, destacando:

Vantagens:
– A influência moral do Vaticano pode levar a diretrizes éticas mais rigorosas para a IA.
– Incentiva o discurso diversificado sobre políticas globais de IA, integrando perspectivas humanitárias.
– Alinha o potencial da IA com os princípios da dignidade humana e do bem comum.
– Um foco no respeito aos direitos fundamentais e liberdades na implementação da IA.

Desvantagens:
– A voz do Vaticano pode ser insuficiente para influenciar negócios e governos motivados por lucro e poder.
– Falta de expertise técnica e influência direta nos processos de desenvolvimento da IA.
– Diferenças nos valores morais e culturais ao redor do mundo podem gerar desafios na implementação de um arcabouço ético universal para a IA.

Sobre mais informações, seria relevante visitar os sites das principais entidades envolvidas em discussões sobre ética em IA. Embora links específicos de subpáginas não possam ser fornecidos, você pode obter mais insights explorando os sites principais das seguintes organizações:

Santa Sé – Vaticano
Microsoft
IBM
Organização das Nações Unidas

Essas plataformas frequentemente possuem seções dedicadas sobre IA, ética e seu engajamento nas discussões sobre esses tópicos.

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