A União Europeia (UE) marcou um ponto na história na quinta-feira com a aprovação do Ato de AI da UE, um framework abrangente destinado a enfrentar os riscos associados à inteligência artificial. Esta legislação inovadora não apenas estabelece um precedente para a UE, mas também para o resto do mundo. A UE acredita que ao regulamentar a IA com base em seu potencial de causar danos, pode-se encontrar um equilíbrio entre o avanço tecnológico e a garantia dos direitos fundamentais. O objetivo é construir uma abordagem mais centrada no humano em relação à tecnologia.
Para alcançar isso, o Ato de AI da UE adota uma abordagem meticulosa. Ele define a IA como “um sistema baseado em máquina projetado para operar com diferentes níveis de autonomia,” o que inclui chatbots populares como ChatGpt e Gemini. Os sistemas de AI são então classificados em três categorias: baixo risco, médio risco e alto risco. Sistemas de alto risco, como os utilizados em bancos, escolas ou infraestruturas críticas, estão sujeitos a regulamentações mais rigorosas. Eles devem ser precisos, supervisionados por um humano e passar por monitoramento contínuo. Se os sistemas de alto risco impactarem diretamente os cidadãos, estes têm o direito de questionar seu uso.
Além disso, o Ato de AI da UE proíbe certos sistemas de AI que têm o potencial de causar danos e impactar negativamente a vida das pessoas. Por exemplo, sistemas de pontuação social que classificam os indivíduos com base em seu comportamento ou personalidade são estritamente proibidos. Isso difere a UE de países como a China, que implementaram tais sistemas. No entanto, o ato tem exceções para ferramentas de AI utilizadas em fins militares, de defesa, segurança nacional e pesquisas científicas. As ferramentas de reconhecimento facial são permitidas, mas o seu uso é limitado a agências de aplicação da lei.
O ato também aborda a questão dos deep fakes, exigindo que qualquer conteúdo artificialmente gerado ou alterado seja claramente rotulado. Indivíduos, empresas e organizações são incentivados a sinalizar quaisquer instâncias de conteúdo manipulado. O Ato de AI da UE também lida com a AI generativa, o tipo de AI que pode criar vários tipos de conteúdo, como texto, imagens e áudio. Para atender aos requisitos da UE, os sistemas de AI generativa devem cumprir as leis de direitos autorais e fornecer acesso transparente aos dados usados para o treinamento.
Para garantir conformidade, o Ato de AI da UE introduz multas que variam de 7,5 milhões de euros a 35 milhões de euros para o não cumprimento, fornecimento de informações falsas aos reguladores, violação das disposições do ato ou desenvolvimento e implantação de ferramentas de AI proibidas.
Embora as empresas de tecnologia geralmente tenham recebido bem o Ato de AI da UE, existem preocupações sobre detalhes específicos e implementação. O ato está programado para se tornar lei em maio, mas as empresas terão um período de dois anos antes que a implementação comece em 2025, permitindo-lhes tempo para se adaptarem e cumprirem.
Enquanto a UE assume um papel de liderança com este ato, os Estados Unidos têm suas próprias regulamentações que exigem que os desenvolvedores de AI compartilhem dados com o governo. A China também introduziu uma série de leis de AI. À medida que o mundo reconhece os potenciais perigos da AI, é provável que outros países sigam o mesmo caminho e introduzam suas próprias regulamentações.
FAQ
Q: O que é o Ato de AI da UE?
A: O Ato de AI da UE é um framework abrangente que visa enfrentar os riscos associados à inteligência artificial (AI) ao mesmo tempo que promove a inovação e protege os direitos fundamentais.
Q: Como a UE define AI?
A: A UE define a AI como “um sistema baseado em máquina projetado para operar com diferentes níveis de autonomia.”
Q: Quais são as categorias de sistemas de AI sob o Ato de AI da UE?
A: Os sistemas de AI são classificados como baixo risco, médio risco ou alto risco, sendo que os sistemas de alto risco estão sujeitos a regulamentações mais rigorosas.
Q: Quais são alguns exemplos de sistemas de AI de alto risco?
A: Os sistemas de AI de alto risco incluem aqueles usados em bancos, escolas e infraestruturas críticas.
Q: Sistemas de pontuação social podem ser usados sob o Ato de AI da UE?
A: Não, sistemas de pontuação social que classificam indivíduos com base no comportamento ou personalidade são estritamente proibidos.
Q: Existem multas por não conformidade com o Ato de AI da UE?
A: Sim, multas que variam de 7,5 milhões de euros a 35 milhões de euros podem ser impostas para várias violações do ato.
Q: Quando o Ato de AI da UE entrará em vigor?
A: O Ato de AI da UE deve se tornar lei em maio, com implementação iniciando em 2025.