Colaboração das Associações Globais de Escritores para Desenvolver um Quadro Ético para Inteligência Artificial na Escrita de Roteiros

Associações internacionais de escritores representando mais de 67.000 roteiristas profissionais em todo o mundo uniram forças para criar um “quadro ético” em torno da utilização de inteligência artificial no campo da escrita de roteiros. Essa colaboração inovadora entre a Federação de Roteiristas da Europa (FSE) e a Associação Internacional de Associações de Escritores (IAWG) tem como objetivo estabelecer um conjunto de princípios que irão orientar o uso responsável da inteligência artificial, ao mesmo tempo que protegem o papel dos escritores no processo criativo.

A FSE, que representa 32 organizações de 26 países europeus, e a IAWG, composta por 14 membros de 12 países, incluindo guildas influentes como WGA East e WGA West, adotaram em conjunto cinco princípios-chave que serão vinculativos para suas guildas membros em diferentes continentes. Os princípios abordam aspectos críticos da implementação de inteligência artificial na escrita de roteiros, garantindo que os escritores mantenham seu papel central na criação de material literário.

Em primeiro lugar, os princípios enfatizam que apenas os escritores possuem a capacidade criativa de produzir “material literário”, destacando o papel insubstituível dos autores humanos. Eles também enfatizam a importância da transparência quando roteiros gerados por inteligência artificial são utilizados em serviços de escrita, como revisão ou reescrita, garantindo que os escritores tenham uma compreensão clara do envolvimento da inteligência artificial e seu impacto em seu trabalho.

Para proteger a propriedade intelectual dos escritores, os princípios introduzem o conceito de consentimento explícito, estipulando que os escritores devem ter uma palavra a dizer no uso de seu trabalho para treinar modelos de inteligência artificial. Além disso, os princípios destacam que a inteligência artificial não deve ser titular dos direitos dos autores ou de direitos autorais, reforçando a ideia de que conteúdos gerados por inteligência artificial não devem infringir os direitos dos autores humanos.

Além disso, os princípios defendem uma remuneração justa quando a propriedade intelectual dos escritores é incorporada em Modelos de Linguagem Grandes (LLMs) ou programas de inteligência artificial. Essa disposição visa garantir que os escritores sejam devidamente compensados por suas contribuições, mesmo quando seu trabalho é utilizado em sistemas de inteligência artificial.

Carolin Otto, roteirista alemã e presidente da FSE, expressou a intenção das guildas em advogar por suas preocupações em relação ao uso não autorizado de sua propriedade intelectual no treinamento de modelos de inteligência artificial. Otto acrescentou que as guildas planejam abordar essas questões em fóruns de políticas nacionais e globais, além de desenvolver linguagem contratual padronizada que capacite os roteiristas de filmes e televisão a proteger seus interesses.

Jennifer Davidson, presidente da IAWG e roteirista irlandesa, destacou o desejo de ampliar as proteções garantidas pelos colegas americanos durante sua histórica greve. Davidson enfatizou que a inteligência artificial deve servir como uma ferramenta para aprimorar o processo criativo da escrita, em vez de diminuir o valor do trabalho dos escritores ou substituir seu papel essencial. Neste ano, as guildas planejam apresentar sua posição coletiva na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e continuar apoiando umas às outras durante esforços de negociação coletiva, além de convidar representantes da comunidade tecnológica para participar da próxima 6ª Conferência Mundial de Roteiristas em Galway.

Em geral, essa colaboração entre as associações internacionais de escritores representa uma abordagem pró-ativa para a integração da inteligência artificial no domínio da escrita de roteiros. Ao criar um quadro ético e enfatizar a importância das contribuições dos escritores, as guildas visam garantir uma relação harmoniosa entre a inteligência artificial e a criatividade humana na indústria cinematográfica e televisiva.

The source of the article is from the blog yanoticias.es

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