Um estilo de caligrafia obsoleto, uma vez prevalente na Alemanha pré-Segunda Guerra Mundial, tem representado desafios para os pesquisadores que desejam investigar os arquivos do país dessa época. Esse método de escrita único, conhecido como “Sütterlin,” surgiu no final da Idade Média e foi posteriormente ensinado nas escolas alemãs até que o regime nazista o proibiu em 1941. Com a maioria dos alemães de hoje incapazes de ler documentos escritos à mão por seus antepassados, surge uma lacuna significativa na compreensão de textos históricos.
Adotando a tecnologia moderna para lançar luz sobre esse período crucial, os Arquivos Federais Alemães introduziram uma nova ferramenta que utiliza Inteligência Artificial para decifrar estilos de caligrafia da era colonial que já não são mais utilizados. Ao digitalizar milhares de arquivos do “Escritório Colonial Imperial,” os Arquivos visam facilitar o acesso a documentos históricos valiosos, orientando uma exploração mais profunda da história colonial da Alemanha.
A era do colonialismo alemão, que durou trinta anos, de 1884 ao final da Primeira Guerra Mundial, testemunhou capítulos sombrios documentados pelos Arquivos Federais, incluindo revoltas violentas como a Rebelião de Darrehah em 1910-1911. A supressão de tais revoltas levou a métodos brutais como a política de terra arrasada, destacando os aspectos sombrios do domínio colonial da Alemanha.
Além disso, a incursão dos Arquivos no uso de Inteligência Artificial marca um marco significativo, possibilitando a fusão de coleções tradicionais com tecnologias de ponta. Essa abordagem inovadora não apenas agiliza a interpretação de dados, mas também simboliza um passo em direção a uma compreensão mais detalhada do passado colonial complexo da Alemanha.